“…A política, transformou-se em Portugal, numa mega central de negócios!
Os negócios, digamos, que dominam a política. E não só sou eu que o digo.
A transparência internacional desenvolve, periodicamente, um barómetro e os inquéritos feitos em Portugal, dizem que 83% da população, acha que a corrupção subiu nos últimos 3 anos…”, quem disse isso, foi o ilustre Advogado Medina Carreira, ex-ministro das Finanças.
Mas ao que se deve todas estas quezílias políticas e financeiras? Porquê, todo este emaranhado de despesas e dívidas? Naturalmente, porque se gasta mais do que se ganha! Todos os dias, deparamos com o facto de os políticos, parecerem sempre surpreendidos, de como é que se endividam? “Tadinhos”! Encalacram-se, por serem inexperientes e incompetentes. Há distorções de “fachadas” que dificultam o entendimento das mudanças.
Numa sociedade com níveis elevados de desemprego, com uma pobreza que, na escala europeia, é crescente e com graus de desigualdades que, no mínimo, permanecem imutáveis, é insuportável a verificação da rapidez e da falta de fundamento conhecido com que algumas personalidades ligadas aos poderes públicos, ou o que deles foram titulares, apareçam, de um dia para o outro, ricos ou muito ricos. Alguns poderão ter justificação legítima, mas uma maioria, sabe-se que não. Analisando o seu passado, nunca se encontra aí uma profissão de altas remunerações ou uma próspera actividade económica empresarial, ou outro modo legítimo e normal de ganhar dinheiro, principalmente muito dinheiro.
Consequentemente, há aqui uma situação gravíssima e inaceitável, num país europeu como o nosso, sem “cheta” e atravessar uma crise medonha, andem a desperdiçar, esbanjar milhões e mais milhões, desavergonhadamente, para o BPN, ou para outras edificações bancárias e fundações, e não tenham dinheiro para pagar os nossos subsídios! E o que se tem visto fazer aos responsáveis políticos, perante escândalos sem nome, para debelar este estado de coisas?
De que Governo precisa Portugal? De que estratégia? É que, por essas contas, por todas essas injustiças, pelo clima depressivo que se sente no país e na vida política, não se vê como sair deste caminho, que cada vez mais se vai afunilando para o desespero e para a revolta! Termino com as palavras do exímio e popular escritor António Vilhena, denunciadas (habitualmente) no Diário de Coimbra, e que nesta sua crónica, intitulada: “Depressão Nacional”, diz isso: “…Quando uma mãe se suicida com os filhos, para não os abandonar, porque não tem que lhes dar de comer, e porque acha que a morte é mais honrosa que a fome, todos somos convocados para reflectirmos sobre o que está a acontecer em Portugal…”!
E então? Estamos à espera de quê? Não acham que chegou a hora de dizermos: Basta, a todas estes Impudentes?
Voltar para Crónicas e Artigos |